Morro de Tourinho

EM TOUROS/RN   380 

SOBRE O PASSEIO

Dentre as táis suposições do nome conhecido hoje por Touros. A Terceira - seria ainda, um nome dado pelos navegadores que por ali passaram, ainda no século XVIII, devido à semelhança (em épocas passadas) da rocha que se encontra em sua enseada com um touro, hipótese mais provável.

Reza a tradição, que os primeiros navegantes europeus que vieram ao litoral tourense, tiveram a atenção despertada pela silhueta denegrida de uma barreira pedregosa que configurava uma impressionante cabeçorra taurina. Intrigados com uma tal semelhança, deram-lhe o nome de Touro Grande. Coincidentemente, os indígenas da região à muito haviam-na batizado com a denominação, em lí­ngua Tupi, de Suaçu-Guaçu, ou seja, Veado Grande. Como os í­ndios no século XVI ainda desconheciam o gado vacum, na dita pedra distinguiram configuração de um veado.

Depois, quando por aqui já andavam franceses, castelhanos, couros, bretões, ingleses, noruegueses, flamengos e portugueses, todos engajados no tráfico das drogas do sertão, a barreira em apreço tornou-se um ponto de referência em toda a costa. A ela os indígenas se reportavam com um misto de respeito e de medo. Tratava-se de uma itacoatiara ou pedra configurada; algo para eles um tanto sagrado. E por isso, antes de se embrenharem no mato em busca da caça, praticavam seus rituais diante da maciça cabeça, na suposição de que a mesma haveria de lhe facilitar a tarefa, suprindo a aldeia com abundância de alimento.

O tempo passou consolidando o prestigio mágico da pedra configurada. Nenhum outro ponto da costa, salvo o cabo de São Roque, ou ponta do calcanhar, gozou de tanto prestí­gio perante os navegantes que singravam aquele trecho de mar dominado por ventos, correntes marinhas e a presença dos baixos de São Roque com os seus secos, restingas, urcas e alfaques perigosos porquanto submersos. Desde então a referida barreira passou a expandir a força de seu nome sobre uma vasta extensão do litoral norte da Capitania, que tomou a denominação de (costa do touro), (dos touros) ou (de touros). Um século após sua descoberta pelos civilizados, a pedra do touro expandiu seu prestígio ao longo de pelo menos 180 quilômetros de litoral. Da embocadura do Maxaranguape ao pontal de Guamaré, na vizinhança de Macau, tudo era (costa do touro). Os í­ndios, que não falavam a lí­ngua portuguesa, continuavam a chama-la, como seria natural, itacoatiara Suaçu-Guaçu, ou seja, pedra configurada de Veado Grande.

Fonte bibliografica:
» SEBRAE/RN - PRODER - Diagnóstico e Plano Estratégico de desenvolvimento do Municí­pio de Touros/RN. 1999, 71p.
» PATRIOTA, Nilson - Touros: uma cidade do Brasil: Departamento E. de Imprensa. 2000, 476p.

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